domingo, 4 de maio de 2008

Gostar e Desgostar...

Gosto de ti sem razões. Gosto porque gosto. Como se o gostar não fosse o resultado de um encadeamento de premissas, mas um dado adquirido por intuição. (sei lá eu o que quero dizer!...)

Desgosto de ti nalgumas coisas. Tu sabes quais. Mas desgostar de ti nalgumas coisas não me obriga a não gostar de ti. A soma das coisas que desgosto em ti não são suficientes para questionar o gosto por ti. Aliás, nunca são suficientes. Não é o caso, claro, mas só assim se percebe como alguém pode gostar de outrém que, tendo tão pouco em si de gostável, ao ser um sacana pérfido, imaturo, leviano, delinquente e tantas outras desqualidades, por ele deixe arrastar o coração pelas ruas da amargura!

Por isso, é mais fácil desgostar do que gostar. Não se gosta só por que se quer gostar. Gostar não é a soma de tudo o que se gosta mais a subtracção do que se desgosta. A matemática apenas tem interesse nas mercearias. Não no gostar. O gosto por alguém surge como uma irresponsabilidade nossa, sem se ter em conta se ele tem o mesmo gosto por nós; se nele há tantas coisas que se desgosta que o gostar vai ser um percurso cheio de mágoas e desgostos. Gosta-se, pronto.

Assim, gosto de ti, mesmo tendo em conta que há em ti coisas que me desgostam, como aquela mania tua de me questionares os futebóis e os cozinhados, como aquela irresponsabilidade melancólica que te esconde os problemas e te faz refugiar no amanhã para os resolver.

6 comentários:

V. disse...

:) nunca fui muito à bola com a matemática... *

Anónimo disse...

:)

"I'm in love with a woman that don't even appeal to me."

http://uk.youtube.com/watch?v=IPzg4WH7i3I

::::: disse...

Ninguém visto de perto
é perfeito!


(Shakespeare)
................
Eu não sei do que é que gosto nas pessoas de quem gosto... Gosto e pronto!

FLY disse...

Não consegui escrever no post anterior (...) / "Sempre gostei de ti. Sempre. Acho que nunca te disse. Não era preciso. Nunca foi preciso. Porque teria de ser agora? Muito menos agora, que ninguém atende do outro lado...do teu telefone..." / Para a Lucy (in the sky with diamonds) / Desculpa, António...

Para ti, um abraço.

V. disse...

(Diz que sim, que os sonhos se carregam às costas. Uns mais do que outros. :))

Beijinho*

Asa Leve disse...

eu gosto de gostar sem somas e subtracções, sem ter de medir o quanto gosto ou desgosto. quando gosto nunca me lembro de mais nada a não ser isso mesmo! o resto vem por acréscimo e muito mais tarde*